sábado, 27 de abril de 2013

Política Externa Brasileira para o Oriente Médio

O GT de Oriente Médio e Mundo Muçulmano do Laboratório de Estudos da Ásia da USP convida a todos para a palestra:

Política Externa Brasileira para o Oriente Médio
Data: 29/04, 18hs
Local: Auditório da História (FFLCH - USP)
Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, São Paulo - SP

Com a presença dos palestrantes:

Ministro Carlos Ricardo Martins Ceglia: Ministro de Segunda Classe e diretor do Departamento do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores. Formado em Ciências Políticas pelo Institut D`Etudes Politiques de Toulouse. Atuou como diplomata nas embaixadas de Madri, Moscou, Paris, Bogotá, Túnis e Washington.

Guilherme Casarões: Professor nas Faculdades Integradas Rio Branco e na Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV). Guilheme é doutorando em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e tem experiência na área de Ciência Política e Relações Internacionais, com ênfase em Política Externa Brasileira, Relações Brasil-Oriente Médio e Teoria das Relações Internacionais. 

Salem Nasser: Professor na Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. Sua agenda de pesquisas inclui investigações teóricas sobre o direito internacional público; o estudo do direito islâmico e suas relações com o direito internacional; a diversidade de representações do direito e sistemas jurídicos comparados.

A palestra será mediada pelo professor Peter Demant, coordenador do GT de Oriente Médio e Mundo Muçulmano do LEA. Ele é historiador e professor de Relações Internacionais, especializado em questões do Oriente Médio, o mundo muçulmano e as relações islã-ocidente e o conflito Israel-Palestina. Atualmente é professor associado no Departamento de História da USP, lecionando também no Instituto de Relações Internacionais (IRI-USP).

Atenciosamente,
Grupo de Trabalho Oriente Médio e Mundo Muçulmano
Laboratório de Estudos da Ásia (LEA)
Departamento de História, USP

quarta-feira, 5 de setembro de 2012


Reunião 23/08/2012

Nessa reunião, decidimos os temas que serão discutidos ao longo do semestre e as datas das reuniões, assim como as atividades complementares que organizaremos até o final do ano.

Faremos cinco reuniões a cada três semanas, sempre às segundas-feiras, às 19:30, na sala 10 do prédio da História da FFLCH. Em duas das reuniões, falaremos de questões de atualidades, em duas de temáticas especificas e em uma reunião discutiremos questões baseadas em um filme.

Também planejamos uma visita de Yuri Haasz, que organiza encontros internacionais entre palestinos e israelenses visando a construção da paz e diálogo, ele poderá falar mais da situação de Israel e do conflito Israel – Palestina. Outro evento que planejamos é trazer alguém que possa discorrer sobre a política externa brasileira para o Oriente Médio, pensamos nos nomes de Samuel Guimaraes e Sallen Nasser.

Uma visita a alguma mesquita sunita ou xiita também está nos nossos planos do semestre. Assim como um encontro com ativistas árabes ou muçulmanos recém- convertidos ao Islã.

As datas para as próximas reuniões são as seguintes:

10/09 , 01/10, 22/10, 12/11, 03/12. Sempre na sala 10 do prédio da História às 19:30. 

Abraços,

Daniella K.Abramovay 

O Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), por meio de seu Laboratório de Estudos da Ásia (LEA) e do Grupo de Estudos do Oriente Médio, promoveu o encontro “O Islã no Ocidente: História & ideologia nos meios de comunicação”, com palestra do jornalista e escritor Mateus Soares de Azevedo. O evento aconteceu no Auditório do Departamento de História (FFLCH-USP), Av. Lineu Prestes, 338 - Cidade Universitária, São Paulo, na data de 23 agosto, às 19h30.

A ideia da apresentação foi oferecer ao público interessado uma panorâmica do desdobramento histórico, religioso, político e cultural da civilização islâmica, especialmente no que diz respeito aos seus contatos com o mundo ocidental e à maneira pela qual os meios de comunicação retratam sua mensagem e seus eventos.

Em síntese, a apresentação teve três movimentos: 1. A mensagem e a práxis islâmica em si; 2. As relações históricas do Islã com o Ocidente; 3. O tratamento que a imprensa ocidental dá aos eventos e assuntos islâmicos.

Para os que querem assistir a palestra, o link é http://www.youtube.com/watch?v=F7dnCrG8c78 .

Segunda visita ao Centro Cultural Brasil Turquia 11/08/2012

Participantes: Prof.Peter, Daniella, Augusto, Cybele, Ariel, Luciana Garcia, Cila Lima, Flavia, Danilo.

O encontro teve a finalidade de nos aprofundarmos nas iniciativas e perspectivas do movimento Hizmet  (“movimento Gülen”) , fundado por Fethullah Gülen. A reunião contou com a presença do Dr. Bayram Ozturk, representante do diário Zaman e  da Fundação de Jornalistas e Escritores em Ancara, do Dr. Mustafa Yesil, presidente da Fundação de Jornalistas e Escritores da Turquia de Ahmet Muharrem Atlig, coordenador do intercultural Dialogue Platform.. Esta fundação foi inaugurada em 1994 com o incentivo do Fethullah Gülen, que continua sendo o presidente honorário da instituição. A fundação  se apresenta como sendo a maior e mais prestigiada instituição que visa a promoção do diálogo intercultural e religioso na Turquia e mundo afora.

Vídeo introdutório 

A Fundação de jornalistas e escritores da Turquia é uma associação reconhecida pela ONU que enfatiza valores humanitários tais como diálogo, cooperação, tolerância e amor. As suas origens remetem às manifestações feitas pela seleção de futebol da Turquia que protestou ao entrar em campo contra as atrocidades ocorridas na Guerra da Bósnia de 1995.

Há várias plataformas dentro da Fundação, uma delas é conhecida como “Diálogo Eurásia” e tem como principal objetivo promover orações de paz, que possam unir líderes espirituais de diversas etnias e religiões.

Perguntas e Respostas

Peter: Qual e a ideologia do movimento Hizmet e o que o diferencia de outras tendências islâmicas?

Mustafa Yesil: O movimento Hizmet começou em um país muçulmano, incentivado por Fethullah Gülen, o que explica a sua base religiosa, porém essa base se diferencia dos outros movimentos nos países muçulmanos. Com a queda do Império Turco Otomano, houve o aparecimento de três nações, Turquia, Afeganistão e Irã. Com exceção desses três países, as outras nações do Oriente Médio apresentavam movimentos religiosos que pregavam a necessidade de defesa contra o Ocidente e o uso de violência para lograr a independência em relação aos outros países ocidentais, como por exemplo o movimento da Irmandade Muçulmana no Egito. Esses movimentos incorporam o lado mais violento e radical do Islã, o qual é, originariamente, pacífico. O movimento Hizmet, portanto, não tinha função de defesa, nem de independência em relação ao Ocidente, mas sempre visou a solução de três questões essenciais: conflitos entre os povos, pobreza e ignorância. Fethullah Gülen sempre enfatizava esses três pontos, sendo não apenas necessária a solução desses problemas mas também o estabelecimento de um modelo para o mundo.

No que concerne à questão da ignorância ou falta de conhecimento: os projetos de Gülen visavam a sua solução através, por exemplo, do incentivo à escolarização e à alfabetização com o propósito de educar pessoas que pudessem conviver com as diferenças. Tendo isso em vista, Gülen ajudou a fundar várias escolas na década de 1980. Para solucionar conflitos entre nações e etnias distintas, ele pregava o diálogo interreligioso e a tolerância. Seria o equivalente a entender, receber a pessoa e conviver com ela sem tentar mudá-la. Nesse âmbito, Gülen fundou centros de diálogo intercultural que funcionam através de parcerias com líderes locais. Para resolver a questão da pobreza, Gülen procura incentivar as pequenas e médias empresas assim como associações a fazer investimentos internos e externos. Também incentivam a implementação de ajuda a pessoas necessitadas através de fundações e doações de caridade.

Outro ponto que deve ser ressaltado é que, apesar da fundação ter sido fundada por ativistas religiosos, nos dias atuais, participam do movimento não apenas os alunos formados nas escolas e seus pais, mas também pessoas não-religiosas que financiam o projeto por acreditarem que o mesmo ajuda na construção da paz mundial.

Peter: O que é especificamente religioso e islâmico na plataforma? Se eu fosse ateu, eu poderia apoiar e financiar o movimento Hizmet?

Dr.Mustafa Yesil: A maioria das pessoas que apoiam são religiosas, financiam o movimento porque acreditam estar fazendo uma boa ação no nível espiritual. O ponto de partida do próprio Fethullah Gülen são versículos do Alcorão que afirmam que a religião deve ajudar os outros. Os seguidores pregam portanto que os povos façam encontros de forma que possam conhecer-se e entender-se. Muçulmanos que condenam pessoas não-religiosas têm uma interpretação limitada do Corão e da vida do Profeta. Assim, apesar das pessoas que apoiam o movimento serem religiosas – e financiarem as atividades, por motivos religiosos; isso não significa que se limitem à religião, ou seja, somos incentivados pela religião mas trabalhamos pela comunidade.

Peter: Há várias interpretações dentro de uma mesma religião, tanto no hinduísmo, budismo, catolicismo e judaísmo. Qual é a visão do movimento Hizmet, vocês fazem uma interpretação literal ou simbólica das leituras sagradas?

Dr.Mustafa Yesil: Existem diferentes interpretações, no entanto, a base de cada interpretação tem de estar relacionada ao Alcorão, e particularmente, à vida do profeta Mahmoumed, ou seja, como o Profeta interpretou cada versículo; por exemplo, o conceito de jihad significa eliminar todas as barreiras entre as pessoas e Deus para se chegar ao conhecimento; Fethullah Güllen defende que os seus projetos de fundação de escolas podem ser vistos como trabalhos de jihad. Mas ao mesmo tempo, há a interpretação do jihad como pregando a guerra e a violência –principalmente nos países que não pertenciam ao Império Turco-Otomano. Gülen sempre interpretou a mensagem do Alcorão como algo endereçado a todos indivíduos, e não apenas aos muçulmanos.

Ariel: Tendo em vista que a imagem da Turquia está mudando, no que tange à sua ascensão socioeconômica e à sua aproximação com a União Europeia, qual é a relação entre o Fethullah Gülen e o Estado da Turquia, tendo como pano de fundo os princípios implementados por Atatürk?

Dr. Ozturk: Diferentemente do que ocorre na Europa, onde se presencia um conflito entre religiosos e modernistas, na Turquia, a convivência entre esses dois grupos é totalmente possível. No entanto, quando do governo Atatürk e seus sucessores Kemalistas, o sufismo era proibido. Gülen e sua  família eram sufis perseguidos, e, por isso, tinham que viver escondidos. No entanto, para  Gülen o desenvolvimento, e o conhecimento ocidental não devem ser banidos, pelo contrário, devem ser incorporados pelo movimento de forma positiva. atualmente, o Estado Turco conhece um momento de síntese em que os grupos religiosos e os modernos se conhecem e se aceitam mutuamemente. O próprio  Gülen não pretende voltar à Turquia para evitar desentendimentos e não por medo de ser perseguido. Cabe colocar, no entanto, que o Estado Turco ainda não sabe como reagir ao movimento Gülen.

Ariel: As escolas fundadas por Fethullah Gülen podem ser consideradas como formadoras de uma nova elite política, e nesse caso, podemos falar de um fim do legado de Atatürk?

Dr. Ozturk: O movimento Hizmet não ameaça o secularismo turco, esse sempre existiu - o próprio Império Turco-Otomano era uma nação que abrangia diversas civilizações - e vai continuar existindo. O movimento Hizmet não pretende acabar com o secularismo pois respeita as crenças e valores das pessoas e prega o diálogo e a tolerância. Esse medo do fim do secularismo está presente principalmente na Europa porque esse continente vivencia a presença   dos muçulmanos radicais. O movimento Hizmet divulga estudos que procurem eliminar essa percepção errônea.

Danilo: Qual a dimensão do movimento Hizmet na Turquia?

Bayram Ozturk: Levando em consideração a venda do principal jornal do movimento (Zaman), o qual vende 1 milhão de cópias por dia em um país de 50 milhões de habitantes, pode-se dizer que é um número considerável.

Danilo: Como o movimento Hizmet lida com a diversidade sexual?

Dr. Ozturk: Tendo em vista que as pessoas que apoiam o movimento são religiosas, a visão delas corresponderia a princípios religiosos. Assim, o movimento Hizmet tolera a diversidade sexual porém incentiva a realização de pesquisas para entender o motivo que leva uma pessoa a escolher uma sexualidade diferente de sua natureza.

Augusto: Como o senhor avalia o Zaman para a difusão do movimento Hizmet dentro e fora da Turquia?

Dr. Ozturk: O Zaman - fundado em 1986, e primeiro jornal turco na internet - é importante para atrair a atenção da mídia e para levar a mensagem do movimento. O Zaman é, portanto, um jornal de sucesso que carrega as visões do movimento Hizmet e abre um espaço para que assuntos da Turquia e do exterior sejam discutidos. 

Danilo: Existem, nos altos escalões do governo turco, parlamentares ligados ao movimento Hizmet? Algum político em especifico é apoiado pelo movimento Hizmet?

Ozturk: Sim, existem tanto pessoas apoiadoras e simpatizantes como pessoas relacionadas ao movimento, ou seja, há várias categorias de pessoas ligadas ao movimento. Não, porque nunca o movimento fará indicação para apoiar determinado partido ou político. O que sim ocorre, é que nos últimos anos, o projeto, e consequente referendo, de mudar a Constituição – diminuição do poder militar - é apoiado pelo movimento Hizmet.

Peter: Tendo em conta a situação atual entre a Turquia e a Síria, na qual a Turquia apoia a oposição anti-Assad e considera a possibilidade de uma intervenção militar; como se posiciona o movimento Hizmet, ele apoiaria essa intervenção?

Mustafa Yesil: Não olhamos a situação como governos mas nos colocamos no lugar do povo sírio, se eles querem uma intervenção ou não. Em todo caso, a Turquia não deve se apresentar sozinha para enfrentar a Síria mas sim deve agir em conjunto com a ONU, com aprovação do Conselho de Segurança. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012


Reunião - 26/06  AS MULHERES NO ISLÃ

Artigo “Why do they hate us?” de Mona Eltahawy. Exposição do texto feita por Ariel Finguerut. 

Ariel Finguerut 

O texto possui um teor provocativo. A autora é uma jornalista investigativa que cobriu vários conflitos, também foi presa, molestada e torturada pelo governo egípcio de Mubarak. A autora pretende mostrar a violência e opressão que as mulheres sofrem no Oriente Médio, e sua proposta é a de discutir as relações de gênero e, principalmente a dominação masculina com as políticas na sociedade como um todo. Pode-se afirmar que o texto provocou uma onda de reações e, opiniões críticas alegam que o artigo poderia ser usado não apenas para propagar reformas mas também para fomentar uma reação antimuçulmana.

1)Ponto central do texto:

Discutir a opressão que as mulheres sofrem. Não se trata de relativismo mas sim da concepção que as mulheres sob o Islã sofrem opressão. Em cada caso que a autora  analisa, ela procura mostrar que nos países árabes há um problema de autoridade que se mescla com questões culturais e religiosas. O que torna a questão mais difícil é a justiça, pois ela se torna uma parede intransponível para as mulheres. A autora mostra a arbitrariedade e a autoridade às quais as mulheres são submetidas. A autora também trabalha com os conceitos de liberdade civil e justiça. Nesse sentido a autora questiona se é necessário esperar que o próprio Islã promova a liberdade civil ou estabelecer reformas a partir do exterior?

Algumas mulheres ativistas (muitas delas favoráveis à liberdade do uso do véu ou até da burca) negam que haja essa opressão. A partir desse raciocínio, a autora questiona o que seria considerado justo e injusto, baseando sua resposta em três interpretações distintas: a balança entre opressão e violência que pode entrar no conceito de justiça; a justiça no sentido liberal de pensar o que é legítimo e como deveria ser aplicado a todos; e a interpretação de que algo é justo quando é garantida a melhor oportunidade para o melhor.

Comentários do grupo:

Prof. Peter

Não é um texto tão profundo sobre as questões das mulheres no Islã mas causou muitas reações, as razoes disso podem ser exemplificadas abaixo:
-       -O texto foi publicado na revista Foreign Policy e contém fotos provocativas;
-       -O texto não afirma nada de novo porém o que é dito é importante;
-       -O texto parece ser mais contrário à situação das mulheres no mundo árabe do que no Islã em geral;
-  -A autora exemplifica mas não cita alguns casos cruciais de opressão das mulheres tais como apedrejamentos e mutilações;
-       -Talvez a não resposta dos problemas provocou ainda mais reações.

A misoginia, amplamente disseminada no Oriente Médio, seria algo cultural (árabe) ou religioso (islâmico)? São costumes do Oriente Médio anteriores aos árabes, pois pode se observar a existência de misoginia semelhante em comunidades situadas do outro lado do Mediterrâneo. Padroes sociais anti-mulher presentes na antiguidade foram incorporados pelos árabes e pelo Islã. No Corão encontramos tanto trechos favoráveis à mulher como contrários à ela. 

Outro ponto que deve ser ressaltado é que não há uma relação explícita entre a liberdade civil e o choque de civilizações pois os “ideais ocidentais” não são necessariamente ocidentais em sua essência, ou fatalmente limitados a sociedades ocidentais. Esses ideais foram também incorporados em sociedades não ocidentais e ocasionalmente podem ser encontrados também no Islã. O problema está no Islamismo e não no Islã, pois há árabes liberais muçulmanos; de forma que o problema não seria cultural, seria político-ideológico.

Ariel Finguerut 

O texto é famoso pelo perfil provocativo e pela sua capacidade de aglutinação, apesar de não trazer nada de novo. Além disso, a autora mostra uma defesa feminista, não está preocupada com as relações Estados Unidos e Oriente Médio. Quanto às questões da liberdade civil, há um caráter messiânico da política externa norte-americana que usa a ideia de liberdade civil; pois, atualmente, o princípio de oportunidades iguais virou um argumento conservador, o argumento liberal seria tirar de quem tem para quem não tem de forma que pudessem chegar a um equilíbrio.

Luciana Garcia 

Para a autora Joumana Haddad, de “Eu matei Sherazade”, a culpa da opressão da mulher remete à época da colonização pois tanto os colonizadores como os colonizados não permitiam a discussão de temas polêmicos. Além disso, há a questão da massificação, ou seja, as mulheres endossam posicionamento machista e patriarcal.

Cila Lima

A raiva que a autora mostra impressiona. Ademais, ela levanta questões tais como se a opressão é intrínseca ao Irã ou pode ser encontrada em outros países. Outro ponto a ser enfatizado é o de que a discussão sobre a opressão feminina no Islã remete à década de 1970. Apesar de não responder a pergunta, a autora questiona o porquê da existência de segregação/ repressão no mundo árabe. A autora aparenta acreditar que a origem da opressão proveem do ódio à mulher. Além disso, a autora chama a atenção para questões e dados que passavam despercebidos. No entanto, o texto é simplista pois realiza uma dicotomia entre os homens, tidos como opressores, e as mulheres, vistas como oprimidas. A autora também desconsidera as lutas feministas no Egito e na Jordânia que ocorrem desde os anos 1920.
A autora levanta a questão da mutilação no Egito pois não é apenas uma questão cultural, é uma questão econômica também porque as clínicas lucram consideravelmente ao fazer a mutilação e ao tratar infecções provenientes das mutilações.

Cybele

O problema decorre do fato de que os movimentos feministas estão lutando contra a religião, contra os dogmas e contra às próprias leis que regem a sociedade e o país. No entanto, há diversas interpretações e leituras possíveis dos escritos religiosos.

Prof.Peter

No mundo muçulmano, como em várias outras sociedades pré-modernas, as mulheres são vistas como insaciáveis e os homens são os que realmente sofrem perigo com a sexualidade feminina. A autoestima (honra) dos homens depende do controle da sexualidade das mulheres, se a sua sexualidade não é controlada, a honra se perde; porém, isso não é específico ao Islã –o antecede por milênios- mas foi expressivamente incorporado pelo Islã.

Bibliografia da reunião:
Mona Eltahawy, “Why Do They Hate Us? The real war on women is in the Middle East.” In: Foreign Policy 5/6-2012

Reações ao artigo de Mona:
Sherene Seikaly and Maya Mikdashi, “Let’s talk about sex”. in: Jadaliyya 25-4-2012

Hilal Enver, “The face of Islam, according to Foreign Policy: The issue focused on women in the Middle East, Russia and China - but completely ignored gender problems in the West.”. in: Al-Jazeera 14-5-2012

Blog Saudi Women ( http://saudiwoman.me/ )
Vídeo da Brigitte Gabriel n qual ela pede doação para impedir a implementação da Charia nos EUA ( http://youtu.be/spnnd4D7BKo